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quarta-feira, 2 de setembro de 2020

Leminski do Dia

 





Essas fotos nunca foram publicadas, pois o Jornal Entrada Franca faliu no segundo número. Em agosto de 1980, o poeta Paulo Leminski aparece mostrando o cartaz 'Solidarnosc', homenagem ao sindicato Solidariedade, da Polônia, em um evento organizado por estudantes e militantes trotskistas em plena ditadura para marcar os 40 anos da morte de Leon Trótski (21/08/1940). 



Em Curitiba, o encontro foi na sede do Dascisa. Oito anos depois, Leminski escreveria a biografia de Trótski - 'A Paixão Segundo a Revolução' (Editora Brasiliense). No dia dessas fotos, como lembra Alfeo Capellari, o poeta distribuiu cópias do poema que escreveu para os trotskistas, intitulado 'À Liberdade e Luta: “Me enterrem com os trotskistas / na cova comum dos idealistas / onde jazem aqueles / que o poder não corrompeu / Me enterrem com meu coração / na beira do rio / onde o joelho ferido / tocou a pedra da paixão”. As fotos são do Nilo Kaway Jr. fotógrafo e um dos fundadores do jornal Estrada Franca.



sexta-feira, 21 de agosto de 2020

segunda-feira, 20 de julho de 2020

Leminski do Dia

Meus amigos
quando me dão a mão
sempre deixam
outra coisa

presença
olhar
lembrança-calor

meus amigos
quando me dão
deixam na minha
a sua mão
                     

sexta-feira, 11 de agosto de 2017

Leminski do Dia

"Das coisas 
que fiz a metro
todos saberão
quantos quilômetros
são
Aqueles em centímetros
sentimentos mínimos
ímpetos infinitos não?"
"Das coisas 
que fiz a metro
todos saberão
quantos quilômetros
são
Aqueles em centímetros
sentimentos mínimos
ímpetos infinitos não?

quinta-feira, 22 de junho de 2017

Leminski do Dia



            Aos 17 anos todo mundo é poeta, junto com as espinhas da cara, todo mundo faz poesia. Homem, mulher, todo mundo têm seu caderninho lá dentro da gaveta, e têm os seus versinhos que depois ele joga fora ou guarda como mera curiosidade. Ser poeta aos 17 anos é fácil, eu quero ver alguém continuar acreditando em poesia aos 22 anos, aos 25 anos, aos 28 anos, aos 32 anos, aos 35 anos, aos 40 anos, eu estou com 41, aos 45 anos, aos 50, aos 60 anos, até você encontrar um poeta, por exemplo, como Drummond ou como o admirável Mário Quintana que são poetas que estão fazendo poesia há mais de 60 anos e há mais de 60 anos que a poesia é o assunto deles. Então eu acho que 90%, mais! 99% dos poetas que estão fazendo poesia hoje, daqui a dez anos eles vão estar fazendo outra coisa, porque vem a vida, vem os filhos, vem preocupações com dinheiro, vem as ambições do consumo, vem a necessidade de comprar isso, comprar aquilo, de adquirir uma casa na praia e tal, e tudo começa a se tornar mais importante do que a poesia. A poesia é uma espécie de heroísmo, você continuar ao longo dos anos acreditando nessa coisa inútil que é a pura beleza da linguagem, que é a poesia, é um heroísmo, é uma modalidade quase, às vezes eu gostaria de acreditar, de santidade. É uma espécie de santidade da linguagem. Porque a poesia não vai te fazer rico de jeito nenhum, é muito mais fácil você abrir uma banquinha e vender banana do que fazer poesia. Quer dizer, para você continuar acreditando em poesia é preciso muita santidade.



Paulo Leminski em Ervilha da Fantasia