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segunda-feira, 30 de outubro de 2023

Leminski do dia

parem
eu confesso
sou poeta
cada manhã que nasce
me nasce
uma rosa na face
parem
eu confesso
sou poeta
só meu amor é meu deus
eu sou o seu profeta

Paulo Leminski

# #leminski

quinta-feira, 24 de agosto de 2023

79 Leminski!



Hoje é dia de comemorar a vida, com poesia, com música, com tradução, com experimentação com pensamento!

Muito lindo ver tantas homenagens rolando e a obra reverberando. 

Ano que vem, nos 80, se preparem porque vamos encharcar esse planeta de suor, vamos ser exatamente isso que a gente é, vamos olhar com outros olhos, vamos assinar com o destino!

Mas hoje, pra comemorar os 79, saiu o Leminskanções completo no Spotify: 24 canções dele incluindo o próprio tocando e cantando VALEU. 

Viva!

#pauloleminski #leminski #leminski79 


segunda-feira, 22 de agosto de 2022


Abrindo os trabalhos de celebração da Semana Paulo Leminski: 

Sarau Perhappiness -
Paulo Leminski 78 anos

Para celebrar o aniversário de nascimento do poeta, o Wonka bar, local recentemente reinaugurado, que é referência de noites de saraus poéticos em Curitiba, realizará uma noite memorável! 

Participação de @aurealeminski , @estrelaleminski , @todolugareaqui , @jucores , @leofressato , @nadjanairaflugel e @teomruiz 

O nome do sarau resgata o evento que marcou a literatura paranaense de 1989 até meados nos anos 2000, trazendo para Curitiba importantes escritores e poetas, entre eles, Affonso Romano de Sant’Anna, Ferreira Gullar, Haroldo de Campos, Augusto de Campos, Arnaldo Antunes, Décio Pignatari, Moraes Moreira e outros. 

PERHAPPINESS é uma poesia criada por Leminski que vem da junção de duas palavras em inglês: perhaps (talvez) + happiness (felicidade) = perhappiness.

O bar abre às 20h

Wonka Bar
@wnkbar 
R. Trajano Reis, 326 - São Francisco

#pauloleminski #leminski78 #leminski #leminskiando #leminskise #leminskisempre

domingo, 10 de abril de 2022

HELENA KOLODY POR PAULO LEMINSKI


Há tempos procurava esta crônica escrita por Paulo Leminski sobre Helena Kolody. Foi publicada na Gazeta do Povo e na Folha de São Paul, em julho de 1985. Espero que gostem, pois foi trabalhoso encontrá-la.
                                     SANTA HELENA KOLODY 

“A padroeira da poesia em Curitiba acaba de fazer mais um milagre. Chama-se Sempre palavra, tem apenas cinquenta páginas e inclui uns quarenta pequenos poemas. Mas tem luz bastante para iluminar esta cidade por todo um ano. Embora seja a própria poesia encarnada, nossa padroeira está toda prosa. E com razão. Depois de onze livros de poemas editados por conta própria, é a primeira vez que é publicada por uma editora, a Criar, daqui de Curitiba mesmo, acionada pelo escritor Roberto Gomes. Helena Kolody (ou Guélena Kolódy, para quem sabe) é filha de imigrantes ucranianos, tem 73 anos e o mais belo par de olhos azuis que já vi. Ah, se eu tivesse nascido em 1911 como meu pai!
Como a precursora Gilka Machado e Cecília Meireles, sua admiração confessa, nossa padroeira foi, a vida toda, professora de escola normal, quase o único ofício fora de casa que uma mulher podia exercer naquelas épocas, quando Getulio Vargas, nosso grande déspota esclarecido, dizia na Voz do Brasil, “Trabalhadores do Brasil”, mas não dizia, “Trabalhadoras...” Para o magistério, viveu. E, como professora, aposentou-se. Como professora, eu disse. Como poeta, ela é mais viva e atual que boa parte dessa garotada que, hoje, anda por aí, apertando uma espinha aqui, enrolando um poema ali, achando que poesia é um texto qualquer nota e se julgando, em sua infinita ignorância, o maior gênio incompreendido do planeta. Nossa padroeira é o poeta mais moderno de Curitiba, de uma modernidade enorme, uma modernidade de quase oitenta anos. Nenhum de nós tem modernidade desse tamanho. Nossa padroeira nunca casou. E viveu a vida toda com a mãe e as irmãs, seu tesouro eslavo de afetividade e dedicação. Vida. Esse é o assunto de Helena Kolody. Não é à toa que essa nossa mestra de poesia é professora de biologia. Mas tudo isso que eu digo não passaria de uma efusão sentimentalóide, se a poesia de Helena não se sustentasse em nível de linguagem, de design, de essência. Que dizer, porém, de um poeta que chega, de repente, e, apenas, te diz num poema de duas linhas, “para quem viaja ao encontro do sol, é sempre madrugada”? “Essências e medulas”, assim definira Pound a poesia. E esse era o nome que eu daria para um ensaio sobre a poesia da nossa padroeira. Quando, em 1941, Helena publica, em Curitiba, às suas próprias custas, a coletânea Paisagem interior, seu primeiro buquê de poemas, Bilac ainda é um Deus, o Modernismo de 22 ainda é apenas um escândalo e a poesia só é reconhecível nos trajes de gala do soneto. Sobretudo já estava morto e enterrado o rico movimento simbolista que, presente no Brasil todo, tinha tido em Curitiba o seu centro mais ativo: É Brito Broca quem diz, em 1910, Curitiba era cidade literalmente mais importante do Brasil. Basta dizer que oito das quinze revistas do Simbolismo brasileiro foram editadas aqui, entre 1895 e 1915. Mas, quando Helena começa a produzir e publicar, esse momento já tinha passado, deixando atrás de si apenas um perfume e uma vibração. No escuro, no silêncio, na penumbra, Helena veio então construindo sua poesia e publicando aqui mesmo, Música submersa, A sombra no rio, Era Espacial, Trilha Sonora, Infinito Presente, sempre ela, até este Sempre palavra. Algo na poesia e na vida, no produto e no processo, de Helena, me lembram o gaúcho Mario Quintana, a mesma pureza, a mesma entrega, a mesma singeleza, a mesma santidade. Mas Helena é mais enxuta, mais rápida, mais haikai que o mestre de Porto Alegre: Helena chega no gol com menos toques na bola. Periférica como Quintana, Helena passou esses anos todos meio intocada pelas novidades que fervilharam no eixo Rio-São Paulo, alquimista mergulhando sozinha até a essência do seu fazer lírico, até o momento em que, como diz ela, “o carbono acorda diamante”.

quinta-feira, 31 de março de 2022

terça-feira, 5 de outubro de 2021

Leminski do Dia

Ai do acaso,

se não ficar do meu lado.

– Paulo Leminski, do livro “La vie en close”. 1991.



sábado, 2 de outubro de 2021

Leminski do Dia

meus amigos
quando me dão a mão
sempre deixam
outra coisa

presença
olhar
lembrança calor
meus amigos
quando me dão
deixam na minha
a sua mão
– Paulo Leminski, do livro “Não fosse isso e era menos /não fosse tanto e era quase”. 1980.

sexta-feira, 1 de outubro de 2021

Leminski do Dia

oração de Pajé
que eu seja erva raio
no coração de meus amigos
árvore força
na beira do riacho
pedra na fonte
estrela
na borda
do abismo

– Paulo Leminski, do livro “Polonaises”. 1980.

Outubro ou Nada

 “Tem horas que é caco de vidro 

Meses que é feito um grito 

Tem horas que eu nem duvido 

Tem dias que eu acredito.”


quinta-feira, 16 de setembro de 2021