quarta-feira, 1 de abril de 2009

Afogando o Peu




Amanhã a Seleção Brasileira vai se redimir daquele futebolzinho na montanha do Equador e vai golear o Peru (pela primeira vez porque os placares nas Eliminatórias sempre foram magros com eles) no Beira-Rio. São vários motivos para isso acontecer: o Peru, que já foi a terceira força na América do Sul, principalmente na década de 70, é o lanterna dessa baba que são as Eliminatórias Sul Americanas; Kaká entra, meia boca mas entra, provavelmente no lugar de Ronaldinho ainda que Maicon e Anderson não joguem e se o Dunga quiser coloca os dois gaúchos: O Ronaldinho e o Pato. O Beira Rio vai estar uma festa só pelo centenário do Internacional, sábado dia 4 de abril, e por receber a Seleção Brasileira.




Festa semelhante deve acontecer dia 14 de outubro, no encerramento da participação brasileira nas Eliminatórias para a Copa da África do Sul, em 2010. Tal honra caberá ao CORITIBA FC. A partida deve acontecer no Estádio Major Antônio Couto Pereira e vai celebrar o Centenário do Coxa, a ser comemorado em 12 de outubro. Justa e bela homenagem ao clube mais tradicional do estado do Paraná. Certamente a Seleção irá se despedir em grande forma e receberá o apoio do povo paranaense rumo ao hexacampeonato mundial na África.
Amanhã é a vez de Porto Alegre. Boa Sorte. Curitiba terá sua vez.




Baba de Copa

Veja só se não é mesmo uma baba esse torneio sul-americano que qualificatório pra Copa do ano que vem: 10 seleções, as 4 primeiras vão direto pra Copa e a quinta joga contra alguém da América Central...., ou seja, torneio que classifica metade dos participantes pro mundial é uma baba.
Compare a Europa: 53 seleções 8 grupos de seis e 1 de cinco: todo mundo contra todo mundo e só o campeão vai pro mundial. Os 8 melhores segundos colocados vão pra repescagem e apenas quatro conseguem um lugar na África do Sul.
Aqui, debaixo da linha do Equador, é bem mais fácil.


Canguru na Copa





Por falar num lugar na África do Sul, sabe quem pode ser a primeira seleção a garantir um lugar na Copa do ano que vem? A Austrália. Uma combinação de resultados pode dar a vaga ao país continental da Oceania, que, aliás, joga pela Ásia.

segunda-feira, 30 de março de 2009



COXA NA BOA

O CORITIBA largou bem no octogonal final do Campeonato Paranaense: 3 a 0 ao natural diante do Paranavaí; Marcelinho Paraíba deixou o dele de novo (continue assim) e Marcos Aurélio fez um golaço e Douglas Silva também barbarizou ao tocar por cima do goleiro.
Na casa do mal, um fiasco: O (maledeto) JMalucelli virou pra cima dos ruborizados e tirou a primeira das nove supervantagens que eles conseguiram pras finais. Ainda bem que o time de advogados deles não entra em campo.
Porque fora dos gramados eles conseguiram aprovar o super (des)mando de sete partidas em casa na fase final e ainda com direito a dois pontos na tabela. Parece (e é) coisa de maluco um regulamento desses e fica difícil até explicar pra quem não acompanha o campeonato.
Tomara que o feitiço vire contra o feiticeiro e assim como esse vexame foi aceito no tapetão, ele seja imposto pelo futebol ao principal mandante desta vergonha. A bola pune!
No lado Alviverde barbas de molho porque muita gente vai querer complicar, principalmente o pessoal das vilas e o próprio (maledeto) JMalucelli. Pra cima deles com Vitória Em Todos os Jogos. O lance é ser Bicampeão contra o time lá de baixo. No buraco deles.

Ave César





Maldade da Globo deixar um côro de fora Dunga no Você no Fantástico. Ao invés desta cornetada o melhor seria mesmo: Ave Julios. A César o que é de César: se não fosse o Julio César, a Seleção Brasileira teria tomado uma sonora goleada em Quito. O homem pegou até pensamento. Um outro Julio, o Batista entrou e no primeiro lance mostrou seu brilho. Quarta-feira contra o lanterna Peru sem Ronaldinho Gaúcho (até porque foi ídolo do Grêmio) com Pato(formado o Inter) e Kaká, o time vai melhorar.


Rubinho se deu bem




O cara sempre é sacaneado por todos, mas neste final de semana se deu bem. Largou mal, se recuperou, a galera deu mole e ele faturou um pódio. Tomara que este ano ele vença o mundial. Não dá pra perder pro Button que só tinha ganhado um Grande Prêmio até agora. O problema é que ele é britânico e pro circo é bom que um europeu fique por cima da carne seca. Hoje a Globo deu uma colher de chá daquela pro Rubinho, anunciando a vitória da BrawnGP
Como o início de uma nova era por conta do reduzido orçamento da equipe recém-criada equipe da F1. Sobre Rubinho, recebi este e-mail do talentoso jornalista Tom Capri e resolvo dividi-lo com vocês.


“O CASO RUBINHO”

O piloto brasileiro é o maior injustiçado de toda a história da Fórmula 1. Foi contratado há alguns anos pela Ferrari para ser “escada” de Michael Schumacher e sabia disso. Mas tinha esperança de que, nas horas de impossibilidade e vulnerabilidade do alemão, a Ferrari lhe daria chance de ganhar corrida e até mesmo um ou dois títulos mundiais. Rubinho é piloto de ganhar Mundial, mas nunca que recebeu essa ajuda.

Pelo contrário, sempre que pôde, a Ferrari “ferrou” o brasileiro. Rubinho só ganhou corrida quando Schumacher não tinha mais nenhuma chance e o brasileiro precisava pontuar bem, para garantir o Mundial de Construtores também à sua equipe. Houve ocasião em que ----- escândalo na época ----- Rubinho teve de dar passagem a Schumy, por imposição contratual, para que este vencesse a prova (lembra-se disso?).
E mais: a Ferrari nunca cometia erros com o alemão, somente com o brasileiro, a ponto de tirar de suas mãos uma vitória que era certa num GP do Brasil, tão buscada na época pelo nosso piloto. Schumacher ganhou a fama de saber ultrapassar nos pit stops, qualidade que Rubinho jamais demonstrou ter, segundo a mídia especializada.


Até aí tudo bem. O problema é que a mídia nunca fez isto vir à tona, ou por ignorância ou por má-fé, nem esclareceu nada. Ao contrário, fez a cabeça do brasileiro para que passasse a ver Rubinho como mau piloto. Em pouco tempo, Barrichello tornou-se motivo de chacota em todo o País e sinônimo de perdedor e fracassado. Até hoje, você ouve: “Esse é o Rubinho aqui da empresa”. E por aí vai.

Eis um dos podres da Fórmula 1 que Rubinho guarda em segredo a sete chaves: ganha corridas e Mundial, e é rei das ultrapassagens nos pit stops, aquele que é eleito pela equipe, seja por força de contrato ou não. No fim do ano passado, jogado ao limbo, Rubinho ameaçou abrir a boca e contar tudo em livro. Se o tivesse feito, teria não só ameaçado a Fórmula 1, que estaria desmoralizada, como causado sérios prejuízos à Rede Globo.

A emissora logo tratou de pôr panos quentes. Abriu espaço ao piloto para entrevistas, com o que conseguiu calá-lo. E qual não foi a surpresa dos brasileiros quando foi anunciado, semanas atrás, que Rubinho continuaria na F-1, e novamente com carro de ponta, agora da Brawn GP, ex-Honda.





O que ainda não está nem um pouco esclarecido: 1 – A Fórmula 1, ameaçada pela crise financeira, teria dado de mão beijada esse prêmio a Rubinho para que ele não a desmoralizasse? 2 – A Rede Globo, também para não ser prejudicada, teria dado aquele empurrãozinho para que Rubinho conseguisse de novo esse lugar ao sol na F-1?

Não tenha dúvida, você não vai ler, ouvir nem ver isso em nossa mídia, muito menos da especializada, de Lívio Oricchio, do Estadão, a Fábio Seixas, da Folha e da UOL, passando por Galvão Bueno, da Globo. Também isto não emanará tão cedo de Rubinho, que só voltará a abrir o bico se sentir-se atingido e prejudicado novamente.

Nossa mídia não abordará o assunto por uma razão: a Globo porque, com direitos exclusivos de transmissão, não será louca de fazer denúncias desse tipo. Os demais veículos porque mantêm em seus quadros jornalistas que ou trabalham para a Rede Globo ou têm um pé no grupo, ficando assim impedidos de se manifestar, como cronistas esportivos.

Tenha em mente: Rubinho tem ainda mais dois desafios pela frente. Um é o de impedir que melem o novo formato do difusor de seu carro e o outro é o de superar seu companheiro de equipe, Jason Button. Este último é o mais difícil. Já intuo que Rubinho, um brasileiro, não receberá jamais carro igual nem as mesmas condições dadas a Button, um inglês.



Não é de hoje que a Fórmula 1 não quer mais brasileiros ganhando títulos mundiais, porque isto afasta público dos autódromos e derruba a categoria, ainda mais em épocas de crise como esta. Ora, Rubinho, nos últimos dois anos, sempre foi melhor do que Button. Não muito, mas foi. Não é de admirar que comece a temporada atrás do britânico.
Por que será? Isto nossa mídia especializada, de Lívio Oricchio, do Estadão, a Fábio Seixas, da Folha e UOL, passando por Galvão Bueno, da Globo, também não vai esclarecer, e já, já você vai ouvir piadinhas por esse Brasil afora, como já disse, do tipo “Rubinho continua o mesmo, é vice até quando tem o melhor carro.” (Leia os próximos Tutty Vasquez no Estadão e comprove).

sexta-feira, 27 de março de 2009

Locutores do Brasil

No próximo domingo a Seleção Brasileira enfrenta o Equador fora de casa. Em 2007, no intervalo do jogo entre Brasil e Equador, a Rede Globo mostrou um vídeo em homenagem a alguns dos maiores locutores esportivos do Brasil. Lá está Lombardi Jr. Que atuou na Rádio Clube Paranaense entre os anos 80 e 90 e para mim foi o maior gol do País do futebol. Encontrei esse vídeo no blog de um grande personagem curitibano: Ayrton Batista Filho. Nascido numa família de jornalistas de fina linhagem “o irmão do Tusca” é uma figuraça. Trabalhei com ele no Jornal do Estado e lembro-me do prêmio Copo D água, instituído de entregue por ele aos mais mais nem me lembro o quê da redação...
Pois bem, no Blog dele é que revi o vídeo que homenageia alguns dos grandes locutores esportivos do Brasil.
Assista ao vídeo que essa saudade é gostosa:


Rádio Teatro

Neste vídeo o futebol entra no palco e faz parte de uma peça de teatro. A narração de Lombardi Jr. do gol de Gomes que deu ao título de Campeão Brasileiro de 1985 ao Coritiba serve de pano de fundo para a apresentação do grupo:

http://www.youtube.com/watch?v=1bkuPqqT3aU



Neste site pude rever algumas fotos e informações sobre rádio parananse. Relembrar dos áureos tempos da Equipe Positiva faz bem. A Super Rádio Clube. A B2 "graças a você ouvinte a rádio gol do Brasil".

http://www.ulustosa.com/PrimordiosRadio-Capitulo11-12.htm

quinta-feira, 26 de março de 2009



Listas e mais listas

Gosto muito de matérias sobre listas. Além de fazer a nossa podemos saber a dos outros, ouvir a discussão em torno daquele ou desse nome. É produtivo.
Hoje li uma matéria no portal Terra em que os locutores escolhem o gol mais emocionante que já narraram. Boa lista hein? Pois é, Éder Luis – Transamérica; José Silvério – Bandeirantes, Moura Júnior – Transamérica, Daniel Oliveira – Bandeirantes, Willy Gonser – Itatiaia, Ênio Rodrigues – Tupi, Sílvio Mendes – Sociedade, Luiz Penido – Tupi, narram e explicam a emoção do gol escolhido. Leia e ouça:
http://esportes.terra.com.br/futebol/estaduais/2009/interna/0,,OI3657885-EI12378,00-Locutores+escolhem+gol+mais+emocionante+na+carreira.html


Pra mim o gol mais emocionante que vi e ouvi foi do jogo
Coritiba 2 X 1 Santos,no Couto Pereira em 14 de abril, pelo Campeonato Brasileiro de 1985 ( o ano mágico). Quem narrou já não está mais entre nós: Lombardi Jr. Pra mim a melhor voz que o rádio esportivo paranaense já ouviu. Dono de uma voz potente e um ritmo incrível na narração e condução de uma partida de futebol. Ainda atenho alguns LPs que a finada (e inesquecível) Rádio Clube a B2 (A super Radio Clube como cantava um dos belíssimos jingles da segunda emissora do Brasil - Lombardi Jr, se estivesse vivo não deixaria a Radio Clube acabar-) que a B2 lançava com as narrações das campanhas vitoriosas do Coritiba.
Ver Lombardi Jr. Narrar era um show: ele falava baixinho ao microfone que ficava encostado na boca, no radio saía aquele vozeirão...
Grande radialista. Lutou bravamente pela profissionalização da classe e pela valorização do futebol paranaense.
Nunca mais ouvi nada igual.
Nesse gol foi especial. Lêla marcou aos 44 minutos do segundo tempo, gol que deu a classificação ao Coritiba acabando com uma maracutaia armada pelos cariocas para que o Fluminense entrasse no lugar do Coritiba; os deuses dos estádios não deixaram e o moço da careta marcou ficando pra sempre na história do Coritiba. Eu estava no estádio e consigo sentir a mesma emoção toda vez que ouço.






Do Clube

Hoje a camisa do CORITIBA ficou estampada por duas horas no canal Bandsports. O programa Por Dentro da Bola, comandado por José Luiz Datena, que vai ao ar de segunda a sexta das 14 às 16h recebe grandes nomes do esporte. No cenário do programa a camisa alviverde ficou em bela exposição para deleite dos assinantes do canal de todos os esportes.
Hoje os convidados eram o jornalista Cosme Rímole e o fisioterapeuta Bruno Mazziotti.



Datena dispensa comentários. Figuraça. Dei a ele uma camisa do Coritiba e ele a mostrou ao vivo no Brasil Urgente quando a gente subiu pra primeirona. Ele tem um filho que nasceu em Curitiba e nutre grande simpatia pelo Coritiba. Cosme Rímole é jornalista dos randes, Trabahou por muitos aos no Jornal da Tarde de São Paulo, hoje está na Band e mantém um Blog no UOL. Bruno Mazziotti é um profissional da saúde de primeira qualidade. Cuidou e cuida de Ronaldo Fenônemo. Tá bom né?





Posso garantir que a camisa coritibana estava em boa companhia. Vale aqui o agradecimento a toda equipe do Bandsports aqui na homenagem ao brother Bruno Voloch.

segunda-feira, 23 de março de 2009












Paraíba sim senhor




A bandeira aí de cima foi a primeira da Paraíba. Resolvi colocá-la em homenagem ao novo ídolo da torcida, o moço de Campina Grande. Talvez você ache estranho a bandeira, mas é que a utilizada hoje em dia carrega as duas cores que não agradam a torcida alviverde. Busquei essa na história que tem mais a ver com nossas tradições.





Um Paraíba incomoda muita gente

Dois Paraíbas incomodam muito mais








É assim que a torcida do Coritiba comemora a contratação de Marcelinho Paraíba (o presente para a torcida no ano do Centenário do clube). Agora, além de Carlinhos Paraíba, o torcedor Coxa-Branca, conta com Marcelinho Paraíba.
Hoje deu certo, o reforço vindo do rubro-negro do Rio estreou com gol e vitória. Alegria da torcida que já se anima sonhando nas grandes conquistas pra este ano tão importante.



Nesta semana a justiça desportiva do Paraná terá que resolver uma lambança do regulamento do campeonato estadual. Um erro de digitação no maledeto artigo nono fez o time das terras baixas entender que na próxima fase (quando ficam 8 clubes e a disputa passa a ser por pontos corridos) o time que for com a melhor campanha joga todas as partidas em casa... só eles mesmo. De todo modo nossos parabéns à FPF e aos clubes que leram e assinaram tal regulamento jocoso.

Do Clube

Este post é uma homenagem ao querido paraibano Cléo Medeiros. Jornalista cinco estrelas, poeta de coração grande e dono de um texto incomum, Cléozinho está aposentado da TV Bandeirantes onde passou quase três décadas. Hoje vive sob a brisa de João Pessoa. Abraço grande irmão.
Para quem quiser saber quem é essa maravilhosa figura olha só a homenagem que o pessoal da Band fez pra ele:








Abraço grande e o desejo de Saúde e Paz ao gigante Volmar Malgarin, aniversariante deste domingo. Grande companheiro, profissional de primeiríssima grandeza, Volmar
é mesmo um querido.

sábado, 21 de março de 2009


Carta aberta aos jornalistas do Brasil


Recebi do amigo Davi Molinari a missiva do colega Leandro Fortes, reporduzo-a aqui por se tratar de grande relevânica e para mostrar, mais uma vez, que a censura existe nos meios de comunicação do País, inclusive nos veículos públicos.


No dia 11 de março de 2009, fui convidado pelo jornalista Paulo José Cunha,da TV Câmara, para participar do programa intitulado Comitê de Imprensa, um espaço reconhecidamente plural de discussão da imprensa dentro do CongressoNacional. A meu lado estava, também convidado, o jornalista Jailton de Carvalho, da sucursal de Brasília de O Globo. O tema do programa, naquele dia, era a reportagem da revista Veja, do fim de semana anterior, com assupostas e “aterradoras” revelações contidas no notebook apreendido pela Polícia Federal na casa do delegado Protógenes Queiroz, referentes à Operação Satiagraha. Eu, assim como Jailton, já havia participado outrasvezes do Comitê de Imprensa, sempre a convite, para tratar de assuntos osmais diversos relativos ao comportamento e à rotina da imprensa em Brasília.Vale dizer que Jailton e eu somos repórteres veteranos na cobertura de assuntos de Polícia Federal, em todo o país. Razão pela qual, inclusive, o jornalista Paulo José Cunha nos convidou a participar do programa. Nesta carta, contudo, falo somente por mim. Durante a gravação, aliás, em ambiente muito bem humorado e de absoluta liberdade de expressão, como cabe a um encontro entre velhos amigosjornalistas, discutimos abertamente questões relativas à OperaçãoSatiagraha, à CPI das Escutas Telefônicas Ilegais, às ações contraProtógenes Queiroz e, é claro, ao grampo telefônico – de áudio nuncarevelado – envolvendo o presidente do Supremo Tribunal Federal, ministro Gilmar Mendes, e o senador Demóstenes Torres, do DEM de Goiás. Emparticular, discordei da tese de contaminação da Satiagraha por conta daparticipação de agentes da Abin e citei o fato de estar sendo processado por Gilmar Mendes por ter denunciado, nas páginas da revista Carta Capital, os muitos negócios nebulosos que envolvem o Instituto Brasiliense de Direito Público (IDP), de propriedade do ministro, farto de contratos sem licitação firmados com órgãos públicos e construído com recursos do Banco do Brasil sobre um terreno comprado ao governo do Distrito Federal, à época do governador Joaquim Roriz, com 80% de desconto. Terminada a gravação, o programa foi colocado no ar, dentro de uma grade de programação pré-agendada, ao mesmo tempo em que foi disponibilizado na internet, na página eletrônica da TV Câmara. Lá, qualquer cidadão podeacessar e ver os debates, como cabe a um serviço público e democrático ligado ao Parlamento brasileiro. O debate daquele dia, realmente, rendeu audiência, tanto que acabou sendo reproduzido em muitos sites da blogosfera. Qual foi minha surpresa ao ser informado por alguns colegas, na quarta-feirapassada, dia 18 de março, exatamente quando completei 43 anos (23 dos quais dedicados ao jornalismo), que o link para o programa havia sido retirado dainternet, sem que me fosse dada nenhuma explicação. Aliás, nem a mim, nem aos contribuintes e cidadãos brasileiros. Apurar o evento, contudo, não foimuito difícil: irritado com o teor do programa, o ministro Gilmar Mendes telefonou ao presidente da Câmara dos Deputados, Michel Temer, do PMDB de São Paulo, e pediu a retirada do conteúdo da página da internet e asuspensão da veiculação na grade da TV Câmara. O pedido de Mendes foiprontamente atendido. Sem levar em conta o ridículo da situação (o programa já havia sidoveiculado seis vezes pela TV Câmara, além de visto e baixado por milhares de internautas), esse episódio revela um estado de coisas que transcende, a meu ver, a discussão pura e simples dos limites de atuação do ministro GilmarMendes. Diante desta submissão inexplicável do presidente da Câmara dos Deputados e, por extensão, do Poder Legislativo, às vontades do presidentedo STF, cabe a todos nós, jornalistas, refletir sobre os nossos próprios limites. Na semana passada, diante de um questionamento feito por umjornalista do Acre sobre a posição contrária do ministro em relação ao MST, Mendes voltou-se furioso para o repórter e disparou: “Tome cuidado ao fazeresse tipo de pergunta”. Como assim? Que perguntas podem ser feitas ao ministro Gilmar Mendes? Até onde, nós, jornalistas, vamos deixar essa situação chegar sem nos pronunciarmos, em termos coletivos, sobre esse crescente cerco às liberdades individuais e de imprensa patrocinados pelo chefe do Poder Judiciário? Onde estão a Fenaj, e ABI e os sindicatos? Apelo, portanto, que as entidades de classe dos jornalistas, em todo o país,tomem uma posição clara sobre essa situação e, como primeiro movimento, cobrem da Câmara dos Deputados e da TV Câmara uma satisfação sobre esse inusitado ato de censura que fere os direitos de expressão de jornalistas e, tão grave quanto, de acesso a informação pública, por parte dos cidadãos. As eventuais disputas editoriais, acirradas aqui e ali, entre os veículos decomunicação brasileiros não pode servir de obstáculo para a exposição pública de nossa indignação conjunta contra essa atitude execrável levada acabo dentro do Congresso Nacional, com a aquiescência do presidente da Câmara dos Deputados e da diretoria da TV Câmara que, acredito, seja formada por jornalistas. Sem mais, faço valer aqui minha posição de total defesa do direito deinformar e ser informado sem a ingerência de forças do obscurantismo político brasileiro, apoiadas por quem deveria, por dever de ofício, nos defender.


Clique aqui para ir ao site da Carta Capital, que diz: "Gilmar Mendes, o censor".




Clique aqui para ver, na TV Viomundo, oprograma que Gilmar Mendes não quer que você veja.

"E jornalistas é que nascemos, jornalistas é que somos, de jornalistas não nos hão de demitir enquanto houver imprensa, a imprensa for livre, e este resto de liberdade nos indicar que a pátria respira" (Rui Barbosa)