Toda temporada tem seus grandes jogos. E em 2011 não foi diferente. O ano foi marcado por confrontos que ficaram na memória dos torcedores. O principal deles, talvez, o embate entre Santos e Flamengo, em 27 de julho, pelo Brasileirão, que terminou com vitória do time visitante por 5 a 4 após estar perdendo por 3 a 0 ainda no primeiro tempo.
Da Dupla Gre-Nal, há justamente um Gre-Nal, o da final do Gauchão. Uma superfinal, diga-se, que teve a virada do Inter seguida por uma espetacular disputa de pênaltis, consolidando o título para os colorados em pleno Estádio Olímpico, após vitória gremista no Beira-Rio, no jogo de ida, igualmente por 3 a 2. Foi um jogaço. De Grêmio ou de Inter, outros poderiam ter entrado, como a virada histórica do Grêmio sobre o Flamengo de Ronaldinho, a final da Recopa, vencida pelo Inter, e o que teve a bicicleta de Damião contra o mesmo Flamengo.
Sem mais muitas palavras, desnecessárias para descrever tamanho brilho, vamos a eles, aos dez jogos — ou pelo menos alguns deles — que encheram os olhos de quem acompanhou a temporada 2011. Confira.
Santos 4 x 5 Flamengo - Brasileirão, 12ª rodada - Vila Belmiro - 27 de julho
Este jogo pode ser resumido como o motivo pelo qual muitos jornalistas, dirigentes, técnicos e demais profissionais trabalham com esporte. E por que os torcedores acompanham futebol. Eletrizante desde o início, a partida começou com o Santos abrindo o placar aos quatro minutos, com Borges. O mesmo Borges ampliou aos 15. Neymar fez 3 a 0 com um golaço, de placa, aos 25. Ronaldinho e Thiago neves descontaram aos 28 e aos 31, respectivamente. Deivid empatou aos 43. Neymar colocou o Santos novamente em vantagem, aos cinco do segundo tempo. Mas Ronaldinho Gaúcho, aos 22 e aos 36, garantiu a vitória rubro-negra. Jogaço.
Grêmio 2 x 3 Inter - Final do Gauchão - Estádio Olímpico - 15 de maio
Depois de uma vitória por 3 a 2 no Beira-Rio, o Grêmio entrou na final como favorito. Independente do resultado, que terminou com o Inter como campeão nos pênaltis por 5 a 4, este Gre-Nal foi emocionante do início ao fim. Com a vantagem, o Grêmio abriu o placar com Lúcio. Damião empatou e Andrezinho virou no último lance do primeiro tempo. Na segunda etapa, Zé Roberto sofreu pênalti aos 27 minutos. O resultado dava o título ao Inter. Mas oito minutos depois, Renan falhou e o Grêmio empatou o saldo. À parte os pênaltis, também emocionantes, a decisão foi cheia de dribles, lances nas duas áreas e muita vontade de vencer.
Santos 2 x 1 Peñarol - Final da Libertadores - Pacaembu - 22 de junho
Depois de um empate sem gols no Uruguai, o Santos tinha tudo para conquistar seu terceiro título da Libertadores da América depois de quase 50 anos (os outros dois ocorreram em 1962 e 1963). E conseguiu. Truncado, o jogo foi típico de final, com o Peñarol retrancado, esperando por um contra-ataque, enquanto o Santos buscava o gol, que veio com Neymar a um minuto da etapa final. Danilo ampliou aos 23 e Durval, contra, deixou a finalíssima em 2 a 1 e emocionante até o fim. Santos tricampeão.
Barcelona 4 x 0 Santos - Final do Mundial de Clubes - Yokohama - 18 de dezembro
Críticos, especialistas, ex-jogadores e torcedores encaravam a partida, antes de ela começar, como um possível "jogo do século", prevendo e evidenciando um confronto mágico entre Messi e Neymar. E foi tudo isso, mas apenas para um lado. Messi mandou e comandou um Barcelona brilhante em campo. Xavi, Iniesta, Fábregas... Do goleiro Váldes aos pontas Thiago e Daniel Alves, o Barcelona passou por cima do Santos e só não venceu por mais por detalhe.
Barcelona 3 x 1 Manchester United - Final da Liga dos Campeões - Wembley, Londres - 28 de maio
A final da Liga dos Campeões por si só já é um evento que para a Europa e quem aprecia futebol. Em Londres, no templo de Wembley, o histórico Barcelona de Messi venceu mais uma vez. Bateu o Manchester por 3 a 1 e levou o título. Antes do segundo gol, marcado por Messi, nada de moleza. Mas o Barcelona foi melhor e mereceu vencer.
Uruguai 1 x 1 Argentina - Quartas de final da Copa América - Estádio Cemitério dos Elefantes, Santa Fé, Argentina - 16 de julho
Foto: Natacha Pisarenko, APUm clássico entre Uruguai e Argentina já chama a atenção mesmo sendo amistoso. Valendo vaga em uma semifinal de Copa América, na Argentina, mais ainda. Logo aos cinco minutos, Diego Pérez abriu o placar para os uruguaios. Mas, em seguida, Higuaín empatou, aos 17. Lá e cá, o jogo tinha técnica, garra, craques, dois gols, duas expulsões para cada lado (Pérez e Mascherano), quatro Copas do Mundo e 28 Copas América. Após o tempo normal e a prorrogação, o Uruguai venceu por 5 a 4 nos pênaltis.
Flamengo 0 x 4 Universidad de Chile - Oitavas de final da Copa Sul-Americana - Engenhão, Rio de Janeiro - 19 de outubroSe o Barcelona brilhou no cenário europeu e mundial em 2011, a América do Sul teve, em parte, o futebol vistoso e eficiente apresentado pela Universidad de Chile, que acabou campeã da Copa Sul-Americana. A prova foi a partida de ida das oitavas de final da competição. Um 4 a 0 humilhante, fora de casa, com direito a pênalti perdido e diversas chances de gol, muita posse de bola e jogadas bem trabalhadas. A constar: foi um "chocolate" histórico.
Coritiba 6 x 0 Palmeiras - Quartas de final da Copa do Brasil - Couto Pereira, em Curitiba - 5 de maioGanhar de um rival já é ótimo. Golear, ou seja, vencer por três ou mais gols, é melhor. Mas fazer um "três-vira-seis-ganha", como se diz na gíria do futebol, se torna inesquecível. No duelo de ida das quartas de final da Copa do Brasil, o Coritiba goleou o Palmeiras por impiedosos 6 gols a zero. O jogo foi ótimo, cheio de tentativas e ofensividade, garantia de espetáculo para um time que terminou o ano com o melhor ataque do Brasil, com 142 gols marcados.
Coritiba 3 x 2 Vasco - Final da Copa do Brasil - Couto Pereira, Coritiba - 8 de junho
Depois de vencer o jogo de ida no Estádio de São Januário, no Rio, por 1 a 0, o Vasco abriu o placar em Curitiba logo aos 11 minutos, com Alecsandro. Ainda no primeiro tempo, o Coritiba virou com Bill, aos 29, e Davi, aos 44 minutos. Aos 12 da etapa final, Éder Luis empatou novamente. E William, aos 21, colocou o time do Paraná de novo na frente. Até o fim, o Coritiba pressionou, e o Vasco teve as melhores chances nos contra-ataques. Grande jogo.
Manchester United 1 x 6 Manchester City - Campeonato Inglês, 9ª rodada - Old Trafford, Manchester, Inglaterra - 23 de outubro
Uma goleada de 6 a 1 em um clássico, sobre o maior rival, no estádio rival, é para entrar para a história. E entrou. O resultado igualou outro 6 a 1 do City sobre o United que ocorreu em janeiro de 1926. Este placar é o maior na história dos confrontos entre os dois times. Sem perder há 25 jogos em casa pelo Campeonato Inglês, o United caiu diante de um City inspirado e que abriu o placar aos 22 minutos. O City já vencia por 3 a 0 quando o United descontou aos 35 minutos do segundo tempo. Aos 44, 45 e 48, a goleada virou, de fato, humilhação histórica.
