sexta-feira, 13 de abril de 2012

Entendi!


Nas Alagoas do Sul é assim....

O Atlético vai gastar milhões do nosso dinheiro, e ninguém sabe como

Tom Capri, o genial

A democracia em debate. Participe.

Reenvio agora o mesmo texto que mandei a todos em novembro de 2011. Ele continua tão atual, que optei por repeti-lo. Evidentemente, o reescrevi, o aprimorei e o atualizei, com acréscimos essenciais, deixando-o ainda mais atual. Até porque a repetição é necessária quando se deseja chegar ao conhecimento. É a base do ensino, o espírito da razão. O ser humano só toma consciência de uma nova verdade a ele apresentada se ela lhe é repetida sob diversas formas, inúmeras vezes, até convencer. Você encontra estes textos também na NOVA versão de meu sitewww.virobscurus.com.br, no link http://www.virobscurus.com.br/site/politica/demostenes-e-a-corrupcao-nos-governos-lula-e-dilma/.
De Demóstenes em Demóstenes,
governo vai cada vez mais se
fortalecendo. E a oposição
cada vez mais se afundando.

A Dora Kramer, Rolf Kuntz, Humberto Boh e Álvaro Pedreira de Cerqueira, que lamentavelmente continuam sem ter essa percepção.
Por Tom Capri
Abertura que diz tudo
Hoje, vou falar de você. É, de você, esse clássico exemplar da ala rasa e burra da direita (araebudi), na qual incluo também toda a Oposição, nossa grande mídia e seus sacerdotes. Já está mais do que claro que você, da ala rasa e burra da direita, odeia compulsivamente Lula, Dilma, o PT e quem é muito próximo deles. Até os chama de petralhas, por considerá-los malfeitores trapalhões tanto quanto os Irmãos Metralhas. Não esconde que embarcou cegamente no discurso bocó e chinfrim da revista Veja e de nossa grande mídia — aquele segundo o qual a corrupção já tomou conta do Brasil e o que reina no País é a impunidade, além do que os governos de Lula e Dilma “têm sido os mais corruptos de toda a história da República”. De cada cinco comentários que você da ala rasa e burra da direita nos manda, dois trazem essa mesma abordagem pobre, rasa e grosseira, para não dizer clichê. Que tal acordar? O tão desgastado discurso moralista de combate à corrupção e à impunidade já era. É pra lá de equivocado (burrinho, mesmo), não passa de farsa para desmontar e desestabilizar os últimos governos do PT que, queira você ou não, têm sido mais brilhantes do ponto de vista capitalista do que todos os anteriores. Pasme, você hoje faz parte daquela Oposição que, aliada à grande mídia — ou seja, aliada a tudo o que há de mais corrupto no País —, está em luta feroz contra aquilo que todos vocês tanto praticam, a corrupção, ou seja, está em luta contra si mesma. Não é irônico? Cego, você não percebe que o feitiço tem virado contra o feiticeiro? Que só tem sobrado para o PSDB, o DEM e os Demóstenes Torres da vida? Que esse tipo de ação (oposição) só vem denegrindo ainda mais a imagem já tão desgastada da Oposição? De que adiantaram as matérias de capa de Veja e aquele odioso e desqualificado jornalismo de esgoto das baixarias, em que ainda insistem a revista e toda a nossa grande mídia? O que temos visto é a própria Veja envolver-se nos escândalos, cada vez mais. Curado do câncer, Lula já se tornou mito. A Oposição bateu tanto nele, inutilmente, que o brasileiro comum passou a acreditar que só Deus seria capaz de sobreviver a todos aqueles ataques. E aí o mitificou. E também o mistificou. Além disso, Dilma continua fazendo strikes nos ministros e só vê aumentar, com isso, sua popularidade. É outra que caminha para se tornar novo mito.

Situação exige autocrítica
Hora de reflexão, para a necessária autocrítica, meu caro representante da ala rasa e burra da direita (araebudi). Esse apego doentio ao discurso chinfrim, moralista e clichê anticorrupção e contra a impunidade só revela imenso despreparo seu e total desconhecimento de nossa realidade. Pior, demonstra desconhecimento a respeito do que são, verdadeiramente, a corrupção, a política, os políticos, o poder, enfim, o que é de fato tudo isso que aí está, com o nome de “realidade”, e que você tanto combate no escuro, sem ter noção do que se passa. Saltam à vista que você não leu o suficiente a respeito e que ainda não entendeu nada.
Recentemente, amigo meu de infância e juventude (o premiado poeta curitibano Rui Werneck de Capistrano), entre as cabeças mais reacionárias que já conheci, não sei por que diabo decidiu fazer o que parecia impossível: superar-se e concordar comigo quanto às verdades da democracia — isto é, que a democracia autêntica jamais existiu no Planeta e que, a que existe por aí, é mesmo o “governo do Diabo”, como disse esse mesmo amigo meu nesse seu texto recente (veja a íntegra dele mais adiante).
Ou seja, a democracia real, essa que aí está, não passa de demoniocraciaEssa superação de meu amigo curitibano é tanto mais surpreendente porque a vida inteira, em sucessivos debates que já travamos, Werneck sempre se recusou a aceitar a ideia de que a democracia é, de fato, o governo do Diabo. Se até meu amigo Werneck já se superou a esse ponto e chegou a esse grau de lucidez, por que não você também?
Werneck mostra com muita clareza, nesse seu recente texto (ver abaixo), como surgiu na Grécia Antiga o político e o que ele verdadeiramente é até hoje: nunca passou de pau-mandado da classe dominante (inclusive, na Grécia Antiga) para defender os interesses dessa mesma classe dominante. Por saber falar bonito, o político de então defendia os representantes da classe dominante no parlamento, ou melhor, defendia com galhardia os interesses daquele proprietário de escravos, de terras etc. que não sabia falar em público e temia perder as propriedades que um dia havia usurpado. Por ter o dom da oratória (ser bom de lábia), o político de então falava no lugar do proprietário e acabava obtendo, assim, êxito nas causas que defendia e que eram causas de outro, não dele.
Vai daí que, como a classe dominante continua agindo da mesma maneira até os dias de hoje, e ainda por cima praticando o roubo de força de trabalho em escala (só os ingênuos ainda não se deram conta disto), ela — essa mesma classe dominante — é corrupta por definição. E quem a defende no parlamento — isto é, o político, seja ele de esquerda ou de direita — também é, por extensão, corrupto por definição. Isto é verdade científica, o demonstra claramente esse recente texto de meu amigo Werneck que acabo de citar e que vale a pena ler (ou reler, pois também já o postei aqui, no ano passado).
Ora, se Werneck está certo no que diz em seu artigo, temos que — sempre é bom repetir — TODO POLÍTICO É CORRUPTO POR DEFINIÇÃO. Sim, há o mais corrupto e o menos corrupto. O mais corrupto é aquele que corre atrás de mais vantagens ainda (vantagens extras, geralmente por baixo do pano, a exemplo das tradicionais maracutaias), no exercício desse seu papel de corrupto por definição (como defensor que é das classes dominantes, que são, repito, corruptas na origem). Já o menos corrupto (aquele chamado de “político honesto”) é o que não exige mais do que o próprio salário (ou o ganho “oficial”, legalizado) para cumprir o seu papel de corrupto por definição, O QUE É RARÍSSIMO HOJE EM DIA (DUVIDO QUE EXISTA UM ÚNICO DESSES “POLÍTICOS HONESTOS” EM ATIVIDADE ENTRE NÓS).
Os números e a história provam, Lula e Dilma, incluídos aí os atuais políticos brasileiros, estão entre corruptos light de nossa história. O período de maior corrupção no País, já cientificamente comprovado e detalhado (com farta documentação), foi o da Ditadura Militar. Nesse período, foram acobertados — inclusive, pela grande mídia (com raríssimas exceções entre os veículos) e também por força da censura da época — zilhares de cases como os de Abi-Ackel, Paulo Maluf, entre tantos outros. Os militares não eram corruptos, o eram aqueles que eles escolhiam para o primeiro escalão em seus governos, durante a Ditadura Militar.
Casos e mais casos cabeludos de corrupção graúda foram omitidos ou abafados (por exemplo, pela revista Veja, atual baluarte na luta contra a corrupção, mas hoje envolvida nos escândalos que ela mesmo denuncia, e pela maior parte dos demais veículos da grande mídia). Até hoje, os autores desses crimes — os maiores e mais expressivos casos de corrupção da história do País — permanecem impunes.
Outro período de exacerbada corrupção foi o de Fernando Henrique Cardoso, com inúmeros casos (inclusive, a já comprovada compra de votos para fazer passar a emenda da reeleição, sem mencionar a “Privataria Tucana”), todos também acobertados pela grande mídia, com raras exceções. FHC abafou várias CPIs que visavam a denunciá-lo, no que foi apoiado pela mesma grande mídia, especialmente por Veja. Nenhum dos grandes corruptos da Era FHC está preso, todos também permanecem impunes. Lembremos que nossa grande mídia — e isto aparece com mais força a cada dia — está entre as mais sórdidas e corruptas do Planeta. É autora do pior jornalismo de esgoto de que se tem notícia, entre os humanos.
Hoje, tudo se resume ao seguinte: você, dessa ALA RASA E BURRA DA DIREITA — daí eu chamá-la pela sigla de ARAEBUDI, à qual pertencem (sem ter consciência disso) a Oposição e nossa grande mídia (em especial, a revista Veja) —, ainda não sabe o que são de fato a política, o poder, enfim, a realidade que aí está. E não sabe porque não se preparou suficientemente para ler corretamente os fatos ou porque age mesmo de má-fé, valendo-se de informações privilegiadas emanadas de “fontes oficiais”, visando a unicamente desestabilizar os governos de Lula e Dilma (o que é, repito, no mínimo burrinho).
Você, essa mesma ala rasa e burra da direita, também desconhece, por exemplo (ou finge não saber), que Lula e Dilma são políticos do establishment, portanto, fazem perfeitamente as vezes da direita. Hoje, já estão inteiramente cooptados, até porque não poderiam agir de outra forma.
À menor escorregadela, serão banidos do poder pelo golpe de estado, pelo atentado ou por qualquer outro expediente, como já vimos acontecer em nossa história (Getúlio Vargas etc.). Ou seja, os dois apresentam-se atualmente como claros aliados da ala rasa e burra da direita. Só que esta, despreparada e medíocre, não vê que os dois são seus aliados. Imagina que Lula e Dilma estão entre seus maiores inimigos, por serem ao mesmo tempo — como aponta mentirosamente a grande mídia — “comunistas” e “os políticos mais corruptos da história do País”.
Por essa razão, nossa grande mídia não se cansa de perseguir Lula e Dilma, e como não tem conseguido êxito, se vale do argumento chinfrim e clichê da luta contra a corrupção para desestabilizá-los. Ao fazê-lo, dão com os burros n’água, porque tanto Lula quanto Dilma estão sabendo tirar de letra esse discurso capenga e bocó.
Começa que esse papo (já cientificamente comprovado) é falso, carece de sustentação. Depois, que ele tem sido disseminado da pior forma possível, com baixarias de todos os tipos, bem do nível da ala rasa e burra da direita (ou seja, bem do nível da Oposição, que na verdade não tem nível nenhum). E isto abalou por completo a quase nenhuma credibilidade que ainda detinha essa ala rasa e burra (Oposição e grande mídia). Prova está nas vitórias acachapantes de Lula e Dilma e no aumento da popularidade de ambos. Toda essa baixaria só tem rendido votos e mais popularidade aos dois.
Insisto: Lula se elegeu e se reelegeu e é hoje mito (é até considerado grande estadista) por conta dessa pobreza de espírito da Oposição. Abundam as premiações lá fora. E Dilma, pasmem, ainda está na presidência, sem arranhões e com índice cada vez maior de popularidade. Reitero as perguntas: de que adiantaram as inúmeras denúncias (a maioria, sem lastro) de nossa mídia? De que adiantaram as dezenas de capas de Veja, denunciando nossos falsos Ali-Babás? De que adiantou esse jornalismo de esgoto que se vale de fontes oficiais para perpetrar tais barbarismos? Não dá mais para aceitar que você, da ala rasa e burra da direita, ainda insista nisso. Bah! Burrinho, não?
Por favor, não entenda que defendo aqui corrupção e corruptos. Se enxergou assim, lamento, errou mais ainda. Não é nada disso, muito pelo contrário. Ninguém é mais contra a corrupção no Planeta do que eu. Mas o sou contra a corrupção verdadeira, aquela que aparece na prática do roubo em escala de força de trabalho, em que se assenta a vida capitalista e que é a causa de todos os nossos males e desgraças, e de todos os demais tipos de corrupção.
Não aceito essa corrupção “reinventada”, que obviamente existe, mas está muito mais no imaginário tosco e ardiloso da ala rasa e burra da direita do que no real (ainda que eu torça para que essa ala continue disseminando o mesmo discurso chinfrim e o utilizando como ferramenta, pois esta tem sido a maior causa de sua própria ruína, o que não deixa de ser muito bom).
Lembra-se do mensalão? Quiseram nos fazer engolir que se tratava de invenção do PT, quando existe desde que existem política e políticos no Brasil. Quiseram nos fazer acreditar que era só prática do PT, “o mais corrupto dos partidos”, e acabaram por descobrir que era na verdade praticado por toda a Oposição, e em muito maior escala. Abraço a todos.

A seguir, de novo o texto de meu amigo Rui Werneck de Capistrano, em que ele finalmente “descobre” que a democracia é, de fato, demoniocracia. O que segue entre parênteses é comentário meu.

Democracia = governo do Diabo
Por Rui Werneck de Capistrano
A democracia é o governo do Diabo, pois foi um presente de grego para o mundo. Faltavam uns 500 anos para Cristo nascer, e os gregos inventaram que todos podiam e deveriam participar da vida política do país. Teoricamente, todos iriam para a Ekklesia e decidiriam os caminhos e o destino da pólis.
Todos, vírgula. Só os que tinham direitos de cidadania. Já ficavam fora mulheres, estrangeiros e escravos (ou seja, o povo — acréscimo meu, de Tom Capri). Para dificultar ainda mais, os cidadãos chegavam à Ekklesia, ouviam os relatórios dos projetos que deviam ser votados e, depois que o arauto perguntava quem pedia a palavra, tinham de dar sua opinião em alto e bom som.
Um dos maiores medos do ser humano, em todos os tempos, é falar em público. Então, apareceram os oradores profissionais, os que tinham voz boa, que sabiam usar as palavras e ofuscaram mais um pouco a democracia. (Outro acréscimo meu: estavam nascendo, nesse momento, a verdadeira política e o verdadeiro político, aquele que já na época se valia da oratória para defender o cidadão da pólis contra outros cidadãos que disputavam com ele a posse de escravos, as propriedades etc., ficando as mulheres, os plebeus e os escravos, enfim, o povo fora de tudo isso. Está claro, portanto, que a política nunca deixou de ser isso: o político, que domina a oratória, aí está para fazer o “lobby” das classes dominantes. Mesmo quando, no parlamento moderno, o político defende os interesses do trabalhador, ainda assim está, como acontece hoje, em defesa dos interesses do capital, uma vez que este depende de um trabalhador minimamente forte, saudável e feliz para que dele possa roubar força de trabalho e dar, assim, continuidade ao processo capitalista de acumulação que lhe é tão caro. O político sempre foi essencial às classes dominantes, é lobista por profissão, sem ele o capitalismo, por exemplo, sucumbe. Na medida em que o político defende os interesses daquele que rouba força de trabalho, a corrupção está no seu DNA, daí ser ele também facilmente corruptível até mesmo nesse seu próprio ofício, que por si só já é, como lobismo, a corrupção consumada. Isso tudo para reafirmar, como verdade, que todo político é corrupto por definição. Rui Werneck continua. Acompanhe.).
Claro que o ser humano é muito esperto. Enquanto Platão se esforçava para impor as ideias como base para a política, um cara chamado Isócrates fundou uma escola para ensinar retórica. Ensinava oratória persuasiva: como vencer uma discussão sem ter argumentos sólidos. Isso quer dizer que ele passou a perna em Platão, por certo tempo. A educação dele era realista, atendia às necessidades de uma sociedade dirigida por oradores.
Os alunos dele venderiam até geladeira a pinguim se já tivessem descoberto o Polo Sul. Botavam a boca no trombone e convenciam todos de que usar saiotes era mais confortável na hora de ir ao banheiro. Pela força das palavras bonitas e bem ordenadas, punham abaixo as mais sérias pretensões dos oponentes.
Um tal Górgias, sofista, escreveu: “O poder do discurso sobre a constituição da alma pode ser comparado ao efeito das drogas sobre o estado do corpo”. E, ainda, “a persuasão, quando acrescentada ao discurso, pode deixar na alma a impressão que quiser”.
E pensar que Isócrates não ficou para semente. Platão comeu pelas beiradas e se estabeleceu como grande filósofo. Mas, pensando bem, e baixinho, acho que Isócrates devia ser ressuscitado. Ele é, na minha modesta opinião, patrono da nossa moderna democracia (demoniocracia, acrescento eu): os faladores vencem.
Os radialistas, de voz bem impostada, clara e cheia de truques, emprenham os eleitores pelo ouvido em todo o País, diariamente. É só escutar aqueles que narram histórias de amor cheias de sangue, lágrimas e sentimentalismo (ou ler a revistaVeja, acrescento eu).  Que falam de coração aberto para o coração carente dos ouvintes. Que salvam o mundo todos os dias com a maior ‘sinceridade’. Uma voz firme e aveludada ganha de uma ideia clara, porém carente de expressão oral bem articulada. (Nunca meu amigo Rui Werneck de Capistrano esteve tão certo. Não é uma grata surpresa, principalmente em se tratando de quem não acreditava em nada disso? — Meu último acréscimo e abraços a todos).

Dia do beijo?

o time da piada pronta