segunda-feira, 28 de março de 2016

Roberto Pepino escreve muito

Doida agredindo o arcebispo 'comunista' de São Paulo. Coxinha mal educado no Master's 1000 de Miami (Miami!) gritando "Fora, Dilma!" durante o jogo do espanhol Davi Ferrer. Gente perdendo a noção da civilidade na rua, na chuva, no sol, na fazenda, na casinha com ou sem sapé... 

Voltou à moda a análise rasteira de que estamos num clima de ódio, e, claro, essa divisão se dá por culpa do PT. Bom, num momento onde a média escolar paulista anda, há pelo menos duas décadas, rastejando pela nota 3, pedir que pais e filhos pensem parece desejo irrealizável.

Sergio Buarque de Holanda (Raízes do Brasil), Raymundo Faoro (Os Donos do Poder) e Gilberto Freire (Casa Grande e Senzala) já mostraram o perfil servil-autoritário do país através da história de nossa colonização. Daí que o que há é um forte preconceito nas entranhas do próprio brasileiro que, dependendo da situação, passa de vítima a algoz intolerante.

Ou não? Como entender, por exemplo, que médicos potiguares fizessem aquela vergonhosa manifestação contra médicos cubanos que chegavam ao Brasil a ocupar vagas recusadas por médicos brasileiros - mesmo com salários oferecidos de 25 mil reais?

Quem não percebeu o olhar de desprezo de passageiros acostumados aos aviões quando viagens se tornaram acessíveis a milhares de pessoas que, antes, mofavam em ônibus?

Quantos, estes mesmos que acham status pagar mil reais num par de tênis, se incomodaram com a entrada de novas faces nas faculdades do país? Quando não, quiseram discutir as cotas! Gente que nunca nem de perto se sentiu descriminado por nada.

Como uma realidade dessas pode ser esquecida? Ainda mais num país onde sobrenome garante futuro profissional e há quem faça da política profissão! Ódio? Não. DNA Preconceituoso mesmo!

E que normalmente tem seu porta voz não nas elites naturais, porque elas terceirizam. Mas nos representantes de ascensão econômica que, apesar de nunca fazerem parte natural do clube, adoram vestir a capa da servidão. 

Num caldo desses, basta um boicote, uma sabotagem, uma sanha como a do tucano que prometeu sangrar o governo federal até o fim para que o caldo autoritário receba calor, se descongele e, depois, volte a ser fervido no fogão. Não importando se isso arruíne o país e parte da população que viva nele.

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