terça-feira, 21 de junho de 2016

Que Vergonha Geraldo



Tudo em casa: CPI da Merenda sob controle absoluto da base de apoio de Alckmin

Oito dos nove deputados que vão integrar a Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Merenda Escolar fazem parte da base de apoio ao governador Geraldo Alckmin. 

Houve muita resistência à criação da CPI da merenda, que só saiu depois de muita pressão da sociedade e principalmente dos estudantes secundaristas que ocuparam a Assembleia Legislativa no início de maio. Alguns dias após a ocupação, os deputados decidiram assinar e protocolar o requerimento pela instalação da CPI.

Compõem a comissão parlamentar os deputados Marcos Zerbini e Barros Munhoz, do PSDB; Estevam Galvão, do DEM; Adilson Rossi, do PSB; Jorge Caruso, do PMDB; Gilmaci Santos, do PRB; Coronel Camilo, do PSD; e Delegado Olim, do PP. O único deputado de oposição é Alencar Santana, do PT.

A CPI terá duração de 120 dias e tem a responsabilidade de apurar e investigar o fornecimento de merenda escolar em todas as escolas estaduais nos contratos firmados por empresas e cooperativas de agricultura familiar com o governo de São Paulo e municípios paulistas. A comissão pretende apurar também a ação de agentes públicos e políticos no esquema..

Operação Alba Branca
A Operação Alba Branca investiga um esquema de fraude na compra de alimentos para merenda escolar de prefeituras e do governo paulista, foi deflagrada no dia 19 de janeiro pela Polícia Civil e pelo Ministério Público Estadual de São Paulo. O presidente da Alesp, deputado Fernando Capez, do PSDB, é um dos investigados na operação.

Segundo o Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) de Ribeirão Preto, as fraudes nas contratações da merenda, feitas entre 2013 e 2015, somam R$ 7 milhões, sendo R$ 700 mil destinados ao pagamento de propina e comissões ilícitas.

Pressão Social
O escândalo da merenda não tem recebido da chamada grande imprensa a mesma cobertura que outros acontecimentos de corrupção. Há um tratamento bastante seletivo que visa blindar o governo Alckmin e as principais lideranças dos tucanos e de seus aliados em SP. A correlação de forças na Assembleia Legislativa facilita o trabalho da base aliada do governo, especializada em engavetar pedidos de CPI, desta vez, ao ser obrigada a fazê-la, tratou de ter o controle absoluto. Em outras palavras, caso não exista uma forte pressão social para investigação pra valer, essa CPI será mais uma daquelas que vai cumprir o calendário e terminar com um relatório que não chegue a lugar nenhum.

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