127 ANOS DE BERTOLD BRECHT
O analfabeto político
O pior analfabeto é o analfabeto político.
Ele não ouve, não fala, não participa
dos acontecimentos políticos.
Ele não sabe que o custo de vida,
o preço do feijão, do peixe, da farinha
do aluguel, do sapato e do remédio
depende das decisões políticas.
O analfabeto político é tão burro que se orgulha e estufa o peito dizendo que odeia política.
Não sabe o imbecil que da sua ignorância
nasce a prostituta, o menor abandonado,
o assaltante e o pior de todos os bandidos
que é o político vigarista, pilantra, corrupto
e lacaio dos exploradores do povo.
–– extraído de “O analfabeto político”, poema de Bertolt Brecht (1898-1956), grande mestre do Teatro, da Poesia e da Política, um ilustríssimo aniversariante de 10 de fevereiro.
O poeta e dramaturgo Bertolt Brecht nasceu em Augsburgo (Alemanha), em 10 de fevereiro de 1898. Amante da música e da literatura, começou muito cedo a escrever poesia e canções. Após se formar nas universidades de Munique e Berlim, em 1928 escreveu o drama musical A Ópera dos Três Vinténs, uma sátira ao capitalismo que se tornou um de seus maiores sucessos.
Brecht então começou a desenvolver uma técnica dramática — o Teatro Épico —, distante dos métodos do teatro realista. O Teatro Épico incluía uma série de mecanismos de distanciamento que buscavam “obrigar” o espectador a refletir sobre o que via, evitando uma possível implicação emocional com os personagens.
Devido à sua militância política, Brecht foi forçado a fugir da Alemanha em 1933. Em 1941, estabeleceu-se definitivamente na Califórnia.
Entre suas obras mais significativas estão Tambores na Noite, Mãe Coragem e Seus Filhos, A Inevitável Ascensão de Arturo Ui, A Vida de Galileu e O Círculo de Giz Caucasiano. Ele faleceu em 14 de agosto de 1956, em Berlim.
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