terça-feira, 24 de fevereiro de 2009


Alto da Glória

É um nome sugestivo.
O charmoso bairro curitibano começou a ser povoado perto de 1850 e a família Leão é uma das mais tradicionais da região tendo ajudado a construir a capela de nossa senhora da glória que hoje fica ao lado do mais belo conjunto arquitetônico do bairro. O estádio Major Antonio Couto Pereira (que um dia já foi Belford Duarte) é de propriedade do Coritiba e foi erguido no início da década de 30. Já na partida ianugural, o placar de 4 a 2 no então poderoso América do Rio de Janeiro, mostrou que aquele lugar seria eternamente especial na vida de todos que por ali se achegassem. Meu debu foi em 78, num jogo contra o Toledo, se não me engano. Recordo que fui com um amigo, o Ives, filho da Dona Lidia, do Bar 21, que já foi propriedade de meu tio Doraci e sua família. Estamos falando da primeira “venda” da região: uma espécie de pequeno armazém com secos e molhados. Vendia-se de tudo um pouco. Há muitos anos é apenas um decadente botequinho de esquina, ainda que abrigado numa casa bela e centenária.

Voltando ao Alto da Glória é um bairro muito agradável, lá moram Fhabyo, Fernanda e Marina, a coxinha branca mais lindinha que eu conheço. Fervorosa torcedora do Coritiba, Marina mora há apenas uma quadra do estádio e nos encanta com seu amor pelo time de coração..
Entrando no Couto Pereira, o primeiro registro que me vem à cabeça é de um gol de pênalti nessa partida contra o time do oeste paranaense no ano em que fomos campeões em cima do nosso freguês predileto numa decisão por pênaltis inesquecível, claro de do Couto Pereira. É bem verdade que antes de nascer eu já andava por ali na barriga de minha mãe, outra ferrenha Coxa-Branca de carteirinha. Ex-presidente do MUC , O Movimento Unido Coritibano, tradicional torcida alviverde que brilhou nas décadas de 80 e 90. Muitas outras boas lembranças povoam minha memória, foram muitos jogos, títulos e campanhas inesquecíveis em campo. Nas arquibancadas me lembro de ter torcido de norte ao sul do estádio para meu time de coração. Muita festa e alegria.
Do papel picado aos extintores com as cores brancos e verdes, passando pelas mãozinhas da mancha – que mandava nossos adversários praquele lugar- até o barulho do surdo e do grito da galera mais fiel destas bandas. Das emoções, a passagem para as quartas de final no Brasileirão de 1985, foi uma das mais fortes: gol e classificação aos 45 do segundo tempo, em cima do Santos campeão paulista da temporada anterior. Foi incrível. Defesas de Rafael. Os bailes de Tostão, Osvaldo e Vica. Gols de Índio e Chicão. Magia pura de Alex. Os cruzamentos de Adriano, as arrancadas de Rafinha, Os gols de Keirrison...Valei-me Alto da Glória!



Passear pelo Memorial onde as principais conquistas estão ali expostas para nos trazer de volta as glórias sempre presentes em nossa história.
Nesta noite os pouco mais de seis mil e quinhentos torcedores que estiveram no Couto Pereira, saíram do Alto da Glória mais uma vitória do Coritiba e o palco cotinua a ser de alegria e boas lembranças.


Veja onde fica
http://wikimapia.org/#lat=-25.4200205&lon=-49.2622232&z=16&l=9&m=s





Números do Estádio Major Antônio Couto Pereira
Fundação:20/11/1932
Maior Público:80.000 pessoas - Visita do Papa João Paulo II, dia 5 de agosto de 1980
Cadeiras:5.040 cadeiras sociais superiores1.027 cadeiras sociais inferiores2.210 cadeiras na curva do 3º anel2.588 cadeiras na curva do 2º anel1.364 cadeiras na curva do 1º anel2.960 cadeiras na reta Mauá 2º anel2.233 cadeiras na reta Mauá 1º anel
Total: 17.412 cadeiras (6.067 antigas e 11.355 novas - Setor Mauá, mais a curva)
Arquibancadas sem cadeiras:Curva Amâncio Môro (3 anéis): 12.884 lugares Curva Visitantes (3 anéis): 6.162 lugaresSociais inferiores: 334 lugares sem cadeiras 20 lugares na curva de fundos sem cadeiras no anel inferior, ao lado da grade de proteção
Total: 19.400 lugares sem cadeiras
Camarotes:370 lugares
Capacidade Total:37.182 lugares
Banheiros:25 sanitários, sendo 13 femininos e 12 masculinos
Lanchonetes:16
Câmeras de vigilância:32
Vestiários:04
Estacionamento (número de vagas):400
Medida do Campo:109,00m x 72,00m
Tipo de grama:Bermuda 419






Fonte:CFC



Cemitério de Bolas

Eu gosto muito de futebol, concordo com Nelson Rodrigues que dizia: o futebol é a coisa mais importante dentre as menos importantes. Mas respeito quem não aprecia o esporte bretão. Talvez o onze contra onde as inúmeras possibilidades de ataques, desarmes, contra-ataques, possam confundir o sujeito. Ou mesmo a regra do impedimento e do critério de faltas possa deixar muita gente confusa. Tudo bem. O futebol é assim mesmo. De tudo tem um pouco. Históricas épicas e bizarras, lances geniais e geniosos, jogadores bestas e bestiais; enfim, mesmo assim tem gente que não aprecia e a vida é assim.
Mas a bola não!
A bola é um símbolo. A esfera da alegria diria eu. Ela merece respeito e até devoção. Ainda neste país onde o futebol é uma religião. Mas a bola, amada por quem a trata bem ou mal; desejada por 10 entre dez craques do campinho da esquina, ela merece sempre um tratamento especial. Não há como, toda vez que a gente olha pra ela, debruçada no solo, pode ser qualquer um: a sala de casa, a garagem, a calçada, se agente a vê queremos um contato mais próximo, fazemo-la rolar de primeira.
A bola merece cuidado e não é possível alguém destratá-la.
Descobri que é.
Estamos em Curitiba, no Bairro Bom Retiro exatamente Rua João Guimarães. Atrás destas grades e destes cães ferozes mora (segundo o que reza a lenda) uma senhora que não gosta de futebol e seus adeptos. Moradora dos fundos de um colégio. Todas as redondas que caíram em seu terreno viraram troféu macabro. Para mostrar seu poder expõem uma a uma encravada por uma lança. Numa cena que lembra a maldade medieval. Esse mundo tem cada uma...
É sortido diria meu amigo Gérson de Souza.
Um dia vamos ouvi-la.


Do Clube

Esse post é uma homenagem ao meu amigo Marcelo Bianchini e sua amada família: a esposa Ju e os lindos filhos Vinícius e Alice. Amigos com quem passamos horas agradáveis na alegria das crianças e no carinho dos adultos. Bianchini amigo de fé e longa data, Coxa-Branca de coração e jornalista por opção é um dos grandes da terra dos pinhais.






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